Independência das Organizações dos Trabalhadores
Contra a Guerra e a Exploração
Pela dissolução da NATO
Pela retirada dos Planos de Austeridade
Militantes ligados à Comissão pela Proibição dos Despedimentos – respondendo ao apelo das organizações dos trabalhadores, para se manifestarem contra a guerra e pela paz – saúda-as e saúda todos quantos estão nesta manifestação, unidos no mesmo desejo de ver dissolvida a NATO e todos os outros instrumentos de guerra.
É o desejo de uma viragem histórica de toda a humanidade, cuja realização implica a constituição de governos que apostem numa paz assente na cooperação solidária entre os povos, ao serviço do desenvolvimento de todas as forças produtivas.
Todos nós nos manifestamos expressando esta aspiração perante aqueles que, sendo apresentados como os "senhores do mundo", estão reunidos em Lisboa.
Eles pretendem dispor da vida dos povos e do nosso planeta. Mas será que eles não temem a mobilização geral dos trabalhadores e dos povos de todos os países – e, até, a sua revolta generalizada – contra as consequências das suas políticas?
Políticas que têm, de um lado, os planos de austeridade para suportar a especulação e destruir as condições de vida dos trabalhadores e dos povos e, do outro lado, as despesas de armamento e a guerra.
Não falou Obama com Angela Merkel, Sarkozy, Zapatero, Sócrates e Papandréu para lhes dizer que os governos da União Europeia tinham que aplicar estes planos de austeridade?
Até quando poderão ser eles os senhores do mundo?
Até quando poderão eles contar com as armas, a NATO, a União Europeia, os chefes da Comunicação social, ou de todas as instituições que querem convencer-nos que não há outra saída senão aquela que nos é apresentada pelo capitalismo em decomposição?
Eles reúnem-se, num momento particular da vida do povo trabalhador de Portugal: na véspera de uma greve geral, convocada em uníssono pelas duas Centrais sindicais.
Milhões de trabalhadores irão fazer esta greve porque desejam a retirada do plano de austeridade.
Foi expressando este desejo que militantes de diversos sectores, reunidos num Encontro em Lisboa, a 13 de Novembro, aprovaram uma Carta às duas centrais sindicais dizendo: "Todos temos consciência que a greve geral de 24 de Novembro não irá certamente conseguir, no dia seguinte, a satisfação das legítimas exigências dos trabalhadores. Mas, pode abrir o caminho para a sua satisfação; pode garantir que se inverta a situação, que os trabalhadores, com as suas organizações sindicais (pela voz dos seus dirigentes), afirmem em uníssono: «Se o Governo não quer ouvir as nossas exigências, para parar com os despedimentos, garantir os salários por inteiro, garantir no Estado o que resta do seu sector empresarial e renacionalizar os sectores estratégicos, então não contem com as Centrais sindicais para negociar "Pactos para o Emprego", pois eles serão pactos para aumentar o desemprego.»"
Se isto for feito, em Portugal e nos outros países da Europa ou do resto do mundo, qual vai ser a capacidade dos governos da União Europeia, ou mesmo do governo dos EUA, para pôr em prática estes planos?
A necessidade de independência e de acção em comum das organizações dos trabalhadores – fora da subordinação a quem dá como orientação a concertação com estes "donos do mundo" – é hoje sentida por milhões de homens e mulheres, de militantes e de dirigentes sindicais.
Ajudemos a construir a rede, à escala nacional e internacional, que aposta neste caminho: o caminho da proibição dos despedimentos, da retirada dos planos de austeridade, das políticas de cooperação solidária, da paz duradoura, da dissolução da NATO.
É certamente esta preocupação que uma delegação de militantes portugueses irá expressar em Argel, numa Conferência Mundial contra a Guerra e a Exploração, a realizar entre os dias 27 e 29 de Novembro, com delegados de mais de sessenta países*.
Lisboa, 20 de Novembro de 2010
A Comissão Pela Proibição dos Despedimentos
* Ver informações sobre esta iniciativa em http://pous4.no.sapo.pt