quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Afinal quem é favorável à guerra? Ninguém é a favor da guerra!


 

http://antinatoportugal.wordpress.com/


 

Afinal quem é favorável à guerra? Ninguém é a favor da guerra!


 

A PAGAN – Plataforma Anti-Guerra, Anti-NATO convida os autores de blogues a visitar o nosso blogue, a fim de conhecerem os objectivos que animam esta plataforma e a tomarem parte activa na campanha anti-guerra, integrando-a e participando nas discussões e nas acções desenvolvidas.

Caso estejam de acordo com esta causa, podem enviar o vosso contacto e o vosso acordo para o seguinte E-mail

antinatoportugal@gmail.com

ou deixando um comentário no QUEM SOMOS no blogue desta plataforma com o link do blogue apoiante.

O blogue ANTI-GUERRA, ANTI-NATO passa então a integrar um link para o vosso blogue e este poderá exibir o logo da PAGAN no banner com um link para o nosso blogue.


 


 

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão

Citação de: http://cgtp.pt//index.php?option=com_content&task=view&id=1529&Itemid=1



Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão



O ano de 2010 foi declarado como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão. Para a CGTP-IN esta declaração não pode ser só de intenção, o que exige que se oriente as políticas para as questões estruturantes na luta contra a pobreza e as desigualdades sociais.


Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão

•Combater a pobreza laboral

•Eliminar as suas causas


O ano de 2010 foi declarado como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão. Para a CGTP-IN esta declaração não pode ser só de intenção, o que exige que se oriente as políticas para as questões estruturantes na luta contra a pobreza e as desigualdades sociais.

Em 2007, 16% dos europeus viviam em risco de pobreza o que abrange 79 milhões de pessoas. Em vários países há indicadores que apontam para um aumento da pobreza. O objectivo europeu, estabelecido em 2000, de erradicar a pobreza na UE até 2010 não foi alcançado.

A pobreza constitui uma das faces da desigualdade, com pesados custos, nem sempre medidos. São realidades que estão associadas: a uma menor esperança de vida dos grupos sociais mais desfavorecidos; as diferenciações sociais no acesso à educação e aos cuidados de saúde; ao elevado nível de economia clandestina em muitos países; ao acesso à informação pelos vários grupos sociais; à capacidade dos ricos para influenciarem as políticas dos governos; a um maior risco de violência e de criminalidade.

O crescimento económico entre 2000 e 2007 não beneficiou toda a sociedade tendo um muito limitado impacto nas camadas sociais mais vulneráveis. As desigualdades na distribuição do rendimento e da riqueza agravaram-se. O período de euforia financeira e de especulação intensa, que veio a desembocar na crise mundial, foi caracterizado pelo aumento do fosso entre ricos e pobres, pela diminuição da parte salarial na distribuição do rendimento e pelo aumento escandaloso das remunerações dos executivos.

A crise económica agrava o risco de pobreza devido ao aumento do desemprego. Em 2010 a taxa de desemprego na União Europeia poderá alcançar os dois dígitos. A retoma em curso não criará empregos, se forem prosseguidas e orientadas para a economia especulativa.

As políticas desenvolvidas foram contraditórias. A UE concluiu em 2000, no âmbito da Estratégia de Lisboa, que deveriam ser tomadas medidas que tenham um decisivo impacto na erradicação da pobreza até 2010. Foram definidos objectivos a nível europeu e aplicados planos nacionais abrangendo não só a inclusão social, mas também as pensões e os cuidados de saúde, incluindo os de longa duração.

Porém, a mesma Estratégia apontou no caminho da liberalização económica. O objectivo do pleno emprego foi abandonado e os mercados de trabalho foram desregulamentados. Entre 2000 e 2007 o emprego aumentou 1,2% ao ano na área do euro mas a precariedade cresceu 3,9% ao ano. O Conselho Europeu adoptou em 2007 uma estratégia de flexibilização que visa enfraquecer as normas de protecção no emprego. Os governos dos Estados-membros da Europa Central e Oriental tornaram-se na ponta de lança duma Europa cada vez mais liberalizada onde a concorrência social e fiscal põe em causa os sistemas nacionais de regulação social. Decisões do Tribunal Europeu de Justiça afirmam a primazia dos direitos económicos sobre os direitos dos trabalhadores. As empresas podem suprimir, limitar ou contornar estes direitos, perante a passividade das autoridades europeias.

A protecção social foi enfraquecida com a introdução de componentes de capitalização que enfraqueceram sistemas baseados na solidariedade social. A maioria das reformas das pensões reduziram as taxas de substituição em relação aos salários, situação em que se destaca Portugal, como reconhece a Comissão Europeia.

Se o empenho demonstrado pelos governos na salvação do sistema financeiro, que criou a pior crise desde os anos 30 do século passado, também existisse para a pobreza, esta teria sido erradicada.

Em Portugal a pobreza abrange perto de 2 milhões de pessoas e a repartição do rendimento e da riqueza é das mais desiguais da UE. Os 20% mais ricos têm um rendimento 6,1 vezes superior ao dos 20% mais pobres. Em 2000, 10% das famílias detinha cerca de 74% dos activos financeiros.

A nossa realidade continua muito marcada pela incidência da pobreza nas pessoas idosas, sobretudo das pessoas com fraca cobertura da segurança social, devido em grande parte às pequenas carreiras contributivas. São visíveis progressos realizados, tendo o risco de pobreza passado de mais de 30% no início da década para 22% em 2008, para os quais contribuíram as medidas de segurança social.

Mas a pobreza não se confina às pessoas que são hoje inactivas. A inserção na actividade económica, por mais importante que seja, não evita a pobreza. O risco de pobreza laboral tem oscilado entre 10 e 14% da população empregada, devido a baixos salários e qualificações, emprego precário, trabalho a tempo parcial involuntário. Segundo um estudo do Banco de Portugal, entre 25 a 30% da população pobre em 2005/2006 exercia regularmente uma profissão.

Os jovens podem vir a ser particularmente afectados pelo desenvolvimento de novas formas de pobreza, sobretudo os que ocupam postos de trabalho com baixas qualificações.

A taxa de desemprego juvenil é o dobro da taxa global, a precariedade é perto de 40% no grupo dos 25-29 anos e muitos jovens ganham valores da ordem do salário mínimo. Expressões como “geração dos 500 euros” são hoje correntes.

A aposta na educação e na formação ao longo da vida é essencial já que a pobreza diminui consistentemente com a elevação das habilitações, mas não resolve por si só. Muitos jovens têm habilitações elevadas mas empregos de má qualidade.

O Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão constitui uma oportunidade para reflectir sobre a pobreza, a exclusão e a desigualdade; para repensar a eficácia das políticas seguidas; para alterar uma situação marcada por uma escassa visibilidade e elevada tolerância na sociedade para estes problemas e promover mudanças estruturais.

Em Portugal, as políticas de inclusão social tiveram resultados insuficientes. A CGTP-IN valoriza progressos na consciencialização social, na determinação de políticas específicas, na redução da pobreza dos idosos e na melhoria do salário mínimo. Mas aponta também retrocessos: o desemprego acentuou-se com a crise; a precariedade agravou-se; o valor das pensões reduziu-se com o Factor de Sustentabilidade.

A CGTP-IN defende uma nova abordagem. As políticas de inclusão, sendo positivas, tiveram resultados insuficientes. São precisas políticas sociais mais integradas. É preciso pôr termo à pobreza laboral eliminando as suas causas; em primeiro lugar dando um combate firme ao desemprego e à precariedade de emprego e aos baixos salários, e dar um forte impulso ao emprego com direitos e à contratação colectiva enquanto elemento de progresso social, assim como melhorar a protecção social. Em síntese, a CGTP-IN considera que é preciso uma intervenção em domínios estruturantes como a distribuição dos rendimentos, a política fiscal, a educação, a habitação, os serviços públicos e o mercado de trabalho, com o pleno emprego.



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Visualização dos anexos:


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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Apelo a um Encontro pela proibição dos despedimentos

Apelo a um Encontro pela proibição dos despedimentos

a realizar em Lisboa, a 27 de Fevereiro de 2010

na Biblioteca-Museu República e Resistência


 

Para um Governo que reate com o 25 de Abril

Um Governo que reconstrua a economia nacional, salvando as forças produtivas do nosso país, proibindo os despedimentos


 

As mobilizações de todos os sectores da população trabalhadora contra as políticas de desmantelamento dos serviços públicos e do aparelho produtivo nacional, bem como os resultados das últimas eleições – ao colocarem na Assembleia da República uma larga representação dos deputados do PS, do PCP/Verdes e do BE – são uma indicação clara da vontade da maioria do povo em ver operada no nosso país uma mudança política, no sentido da reconstrução da economia nacional, da preservação dos postos de trabalho, do fim da precariedade, da defesa dos serviços públicos e dos estatutos dos seus trabalhadores.

Perante estes resultados, o governo do PS está perante duas alternativas: ou governar de acordo com esses resultados, respeitando a democracia; ou ignorá-los, procurando pactos e acordos com as forças políticas que o voto popular rejeitou, que defendem abertamente os tratados e as instituições da União Europeia.

Assim, o Governo ou escolhe: proibir os despedimentos; revogar as disposições do Código do Trabalho que os facilitam e facilitam a generalização da precariedade, a desregulamentação dos horários de trabalho e o ataque à contratação colectiva; garantir a manutenção e a qualidade dos serviços públicos e a reposição do vínculo público aos seus trabalhadores; proporcionar às pequenas e médias empresas as condições ao seu alcance para que estas possam manter-se, nomeadamente o acesso a crédito barato, bem como preços mais baixos da energia e das comunicações.

Ou, pelo contrário, escolhe a aplicação do programa imposto pela União Europeia, continuando a executar as políticas de acordo com os interesses das grandes multinacionais, dos especuladores e do capital financeiro, cujas consequências não poderão senão aprofundar a crise económica, social e política do nosso país. Basta ver como o desemprego não tem parado de subir, ultrapassando já os 10% da população activa e como este número, segundo alguns economistas, poderá atingir 15% até ao final deste ano.

Os signatários deste apelo apostam na acção política, com todos os meios democráticos ao seu alcance, para que sejam criadas as condições que levem à formação de um Governo com um programa que responda às exigências da maioria da população trabalhadora – única maneira de tirar o nosso país da profunda crise em que se encontra.

Agem assim em consonância com os 1450 trabalhadores que assinaram o apelo pela proibição dos despedimentos, com os grupos de trabalhadores das empresas de vidro da Marinha Grande, e com membros de várias Comissões de trabalhadores (nomeadamente da Unor e da Autoeuropa).

Agem deste modo por considerarem que é necessário contribuir para a mobilização unida dos trabalhadores com as suas organizações, para que sejam renacionalizados os sectores estratégicos da economia (como a TELECOM e a GALP/Energia), ou preservadas a EPAL e a TAP como empresas públicas, de acordo com a exigência da grande maioria dos seus trabalhadores.

O governo de Sócrates – com o PSD, o PP e sujeitando-se à pressão do Presidente da República da República – prepara a continuação da política que o povo rejeitou, através das suas mobilizações e dos resultados eleitorais do ano passado. Mas o movimento democrático dos trabalhadores pode impor a concretização de uma viragem no nosso país.

O PCP e o Bloco de Esquerda que vêm afirmando ser necessário romper com esta política e renacionalizar sectores estratégicos da economia nacional, podem ajudar o movimento dos trabalhadores a impor esta viragem. Ela concretizar-se-á em ligação com a mobilização dos socialistas dentro e fora do PS, que se vêm batendo pela formação de um Governo que responda às suas aspirações.

Está nas mãos de quem dirige as organizações operárias agir em consonância com estas posições, recusando a "concertação" com o Governo para aplicar o programa ditado pela União Europeia; está nas suas mãos ajudar a pôr de pé um movimento estruturado e centralizado dos trabalhadores em torno de um programa de medidas que respondam às necessidades do país, a começar pela proibição dos despedimentos. Será esta mobilização que poderá pôr termo aos acordos impostos, sob chantagem, e às armadilhas das forças estranhas aos interesses da maioria da população trabalhadora e do país.

Não será esta orientação que apontou a mobilização em massa dos professores, em vez de um Acordo – assinado com o Ministério da Educação por 8 das principais organizações sindicais do sector – que aumenta de 27 para 40 anos o tempo necessário para a grande maioria chegar ao topo da sua carreira?

Não será organizando a unidade solidária entre os trabalhadores de todas as empresas – em vez de ficarem confinados cada um na sua empresa, a "negociarem" as condições do seu despedimento – que pode contribuir para garantir a preservação dos seus postos de trabalho?

Será assente neste movimento democrático que os mandatos dados aos deputados na Assembleia da República poderão adquirir o peso real dos votos que representam, criando assim os acordos necessários para um Governo com um programa que reate com o 25 de Abril, um Governo que procure concertar políticas de cooperação solidária com outros governos da Europa e do resto do mundo.

Com a convicção de que milhares de trabalhadores e de quadros do movimento operário estarão de acordo com uma proposta com este teor e de que é fundamental agir continuadamente para criar as condições que permitam concretizá-la – e sem querermos substituir-nos ou concorrer, de algum modo, com as organizações que representam o movimento operário – propomos a realização de um Encontro nacional para um Governo que reate com o 25 de Abril e as suas conquistas, pondo no centro da sua acção medidas que levem à proibição dos despedimentos.


 

Lisboa, 9 de Janeiro de 2010         

A Comissão de organização do Encontro


 


 

sábado, 16 de janeiro de 2010

arranja-me um emprego

Petição pelo alargamento do acesso ao subsídio de desemprego

To:  Assembleia da República
Petição à Assembleia da República

PELO ALARGAMENTO DO ACESSO AO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO



Há hoje cerca de 600 mil desempregados registados nas estatísticas oficiais. Outros 100 mil homens e mulheres estão desempregados mas não constam dessas estatísticas. O desemprego é o maior problema nacional.

Sabendo que centenas de milhares destes desempregados não recebem subsídio e estão por isso sujeitos à pobreza, os abaixo assinados apelam à Assembleia da República para que alargue o acesso ao subsídio de desemprego a quem tenha trabalhado e descontado pelo menos seis meses no ano que antecede o desemprego.

Manifestamos assim a nossa solidariedade para com quem trabalhou, descontou e não consegue emprego na grave crise económica que vivemos.


Os proponentes: JOÃO MANSO, desempregado, Moita; CRISTINA ANDRADE, psicóloga, activista FERVE, Porto; ARIANA MEIRELES, desempregada, Vila Real; ANDRÉ SILVEIRA, vigilante aeroportuário, Açores; JOÃO DIAS, desempregado, Aveiro; JORGE MAGALHÃES, dirigente Sind. Comércio, CESP, Gaia; CLARISSE CARVALHO, desempregada, Estremoz; CARLOS GUEDES, desempregado, Almada; ANTÓNIO GUERREIRO, mineiro, CN CGTP, Beja; ANA RITA RODRIGUES, desempregada, Viseu; ANTÓNIO SILVA, Presid. Sind. Comércio, Braga; ALBERTO SILVA, dirigente SINTTAV, Gaia; PAULO ALVES, actor, Lisboa; LUÍS COSTA, trab. precário, Faro; JOÃO ANTUNES, operador Call-Center, Coimbra; PAULO CÉSAR, intermitente do espectáculo, Lisboa; ANA ISABEL, professora a recibos verdes, Torres Novas; HENRIQUE BORGES, professor, dirigente SPN – FENPROF, Porto; MIGUEL VITAL, func. público, Vila do Conde; ANTÓNIO MANUEL PINTO, dirigente CESP-CGTP, Castelo Branco.

Sincerely,

The Undersigned

Sign the Petition/ ASSINA AQUI:
http://www.petitiononline.com/alsubdes/petition.html

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Dados da CGTP 15-1-10

Um quinto dos jovens até à idade de 25 anos no desemprego

700 mil pessoas no desemprego

300 mil pessoas sem subsídio de desemprego


 


 

A taxa de desemprego em Portugal, segundo a Eurostat, atingiu, em Novembro, os 10,3 por cento, ultrapassando a média da União Europeia (UE). Dados que evidenciam a urgência de uma política que combata o desemprego e a precariedade e demonstram a ineficácia das medidas do Governo.


 

«A precariedade continua a ser uma das responsáveis pelo aumento do desemprego, originando que em Portugal um em cada cinco jovens até 25 anos esteja desempregado», alerta, em comunicado, a CGTP-IN, frisando que «o modelo de desenvolvimento assente na precariedade, no trabalho desqualificado e mal remunerado precisa de ser abandonado, sob pena de levar ao agravamento das desigualdades e injustiças sociais».

De igual forma, as mulheres continuam a ser as mais atingidas, sendo Portugal o quarto país com maior taxa de desemprego (11 por cento) da UE (9,2 por cento). «Estes dados confirmam que o desemprego continua a aumentar, apesar da limpeza de ficheiros feita todos os meses pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional com o objectivo de esconder a verdadeira dimensão deste flagelo em Portugal e desmentem as teses do Governo de que o mesmo havia entrado numa fase de estagnação», acusa a Intersindical, que exige «uma outra política» que assegure e reforce a protecção social aos desempregados, «num momento em que mais de 300 mil não têm subsídio de desemprego.

Dados da CGTP 15-1-10

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Apelo a um Encontro pela proibição dos despedimentos

Apelo a um Encontro pela proibição dos despedimentos

a realizar em Lisboa, a 27 de Fevereiro de 2010

na Biblioteca-Museu República e Resistência


 

Para um Governo que reate com o 25 de Abril

Um Governo que reconstrua a economia nacional, salvando as forças produtivas do nosso país, proibindo os despedimentos


 

As mobilizações de todos os sectores da população trabalhadora contra as políticas de desmantelamento dos serviços públicos e do aparelho produtivo nacional, bem como os resultados das últimas eleições – ao colocarem na Assembleia da República uma larga representação dos deputados do PS, do PCP/Verdes e do BE – são uma indicação clara da vontade da maioria do povo em ver operada no nosso país uma mudança política, no sentido da reconstrução da economia nacional, da preservação dos postos de trabalho, do fim da precariedade, da defesa dos serviços públicos e dos estatutos dos seus trabalhadores.

Perante estes resultados, o governo do PS está perante duas alternativas: ou governar de acordo com esses resultados, respeitando a democracia; ou ignorá-los, procurando pactos e acordos com as forças políticas que o voto popular rejeitou, que defendem abertamente os tratados e as instituições da União Europeia.

Assim, o Governo ou escolhe: proibir os despedimentos; revogar as disposições do Código do Trabalho que os facilitam e facilitam a generalização da precariedade, a desregulamentação dos horários de trabalho e o ataque à contratação colectiva; garantir a manutenção e a qualidade dos serviços públicos e a reposição do vínculo público aos seus trabalhadores; proporcionar às pequenas e médias empresas as condições ao seu alcance para que estas possam manter-se, nomeadamente o acesso a crédito barato, bem como preços mais baixos da energia e das comunicações.

Ou, pelo contrário, escolhe a aplicação do programa imposto pela União Europeia, continuando a executar as políticas de acordo com os interesses das grandes multinacionais, dos especuladores e do capital financeiro, cujas consequências não poderão senão aprofundar a crise económica, social e política do nosso país. Basta ver como o desemprego não tem parado de subir, ultrapassando já os 10% da população activa e como este número, segundo alguns economistas, poderá atingir 15% até ao final deste ano.

Os signatários deste apelo apostam na acção política, com todos os meios democráticos ao seu alcance, para que sejam criadas as condições que levem à formação de um Governo com um programa que responda às exigências da maioria da população trabalhadora – única maneira de tirar o nosso país da profunda crise em que se encontra.

Agem assim em consonância com os 1450 trabalhadores que assinaram o apelo pela proibição dos despedimentos, com os grupos de trabalhadores das empresas de vidro da Marinha Grande, e com membros de várias Comissões de trabalhadores (nomeadamente da Unor e da Autoeuropa).

Agem deste modo por considerarem que é necessário contribuir para a mobilização unida dos trabalhadores com as suas organizações, para que sejam renacionalizados os sectores estratégicos da economia (como a TELECOM e a GALP/Energia), ou preservadas a EPAL e a TAP como empresas públicas, de acordo com a exigência da grande maioria dos seus trabalhadores.

O governo de Sócrates – com o PSD, o PP e sujeitando-se à pressão do Presidente da República da República – prepara a continuação da política que o povo rejeitou, através das suas mobilizações e dos resultados eleitorais do ano passado. Mas o movimento democrático dos trabalhadores pode impor a concretização de uma viragem no nosso país.

O PCP e o Bloco de Esquerda que vêm afirmando ser necessário romper com esta política e renacionalizar sectores estratégicos da economia nacional, podem ajudar o movimento dos trabalhadores a impor esta viragem. Ela concretizar-se-á em ligação com a mobilização dos socialistas dentro e fora do PS, que se vêm batendo pela formação de um Governo que responda às suas aspirações.

Está nas mãos de quem dirige as organizações operárias agir em consonância com estas posições, recusando a "concertação" com o Governo para aplicar o programa ditado pela União Europeia; está nas suas mãos ajudar a pôr de pé um movimento estruturado e centralizado dos trabalhadores em torno de um programa de medidas que respondam às necessidades do país, a começar pela proibição dos despedimentos. Será esta mobilização que poderá pôr termo aos acordos impostos, sob chantagem, e às armadilhas das forças estranhas aos interesses da maioria da população trabalhadora e do país.

Não será esta orientação que apontou a mobilização em massa dos professores, em vez de um Acordo – assinado com o Ministério da Educação por 8 das principais organizações sindicais do sector – que aumenta de 27 para 40 anos o tempo necessário para a grande maioria chegar ao topo da sua carreira?

Não será organizando a unidade solidária entre os trabalhadores de todas as empresas – em vez de ficarem confinados cada um na sua empresa, a "negociarem" as condições do seu despedimento – que pode contribuir para garantir a preservação dos seus postos de trabalho?

Será assente neste movimento democrático que os mandatos dados aos deputados na Assembleia da República poderão adquirir o peso real dos votos que representam, criando assim os acordos necessários para um Governo com um programa que reate com o 25 de Abril, um Governo que procure concertar políticas de cooperação solidária com outros governos da Europa e do resto do mundo.

Com a convicção de que milhares de trabalhadores e de quadros do movimento operário estarão de acordo com uma proposta com este teor e de que é fundamental agir continuadamente para criar as condições que permitam concretizá-la – e sem querermos substituir-nos ou concorrer, de algum modo, com as organizações que representam o movimento operário – propomos a realização de um Encontro nacional para um Governo que reate com o 25 de Abril e as suas conquistas, pondo no centro da sua acção medidas que levem à proibição dos despedimentos.


 

Lisboa, 9 de Janeiro de 2010         

A Comissão de organização do Encontro


 


 

domingo, 10 de janeiro de 2010

dois vídeos para comentar



em resposta a proibir os despedimentos / solidariedade com os despedidos


Olá Jaime:
 
Tudo bem? Já estive a ver o blogue e concordo plenamente.
Só acho que falta uma coisa muito importante. Não se pode culpar a igreja católica, que tem fornecido toda a ajuda que pode, sem pedir nada em troca e sem sequer tentar evangelizar ninguém. Tenho acompanhado as notícias na Rádio Renascença e de facto as pessoas estão muito revoltadas, de tal forma que nem querem ouvir falar em religião. Só vão lá mesmo para pedir comida e roupas.
 Ainda no outro dia ouvi numa entrevista de rua, a um pobre desempregado, na altura do Natal e confesso que até chorei. O pobre homem de cerca de uns 60 anos, dizia assim: eu estou desempregado e não tenho dinheiro e nem comida, mas paciência, não tenho comida, não como, mas roubar é que eu não vou. Prefiro passar fome.
E o homem dizia isto com uma nota de tristeza na voz, que se via mesmo que estava a reprimir o choro. Isto eu ouvi mesmo, não foi invenção nem publicidade. Outro relato de um voluntário das conferências vicentinas, ouviu uma criança de 9 anos e pedir: senhor por favor, dê-me leite. Não sei qual é a tua reacção a isto, mas palavra que a mim não me deixou indiferente! Fiquei triste e chocado. São portugueses a passar fome e como sabes, já vi aqui em Queluz, pessoas a procurar comida nos caixotes do lixo. E não foi só uma vez, foram muitas. Aliás, eu já te tinha contado isso lá no café como te deves lembrar.
É a social democracia e o socialismo de miséria nas ruas... Os dois ismos de mãos dadas, o tal bloco central, sempre os mesmos.
E quando penso no dinheiro todo que o governo gasta em fraudes como o magalhães ou as novas oportunidades... isso sim, uma fraude gigantesca a nível nacional, ainda mais revoltado fico.
Há milhares de professores neste país, que todos os dias fazem e ganham horas extraordinárias, recebem um bom dinheiro para «leccionarem» matérias ridículas nas novas oportunidades, inventadas à pressa por pessoas ignorantes e iletradas do ministério da educação, (que mais parece o ministério da propaganda), que fazem enunciados mal elaborados e sem lógica nem sentido, com uma linguagem, que se nota logo, se destaca por uma dialéctica maniqueísta. Trabalhos esses em que os alunos se limitam a copiar textos da wikipedia através da internet e a colar num trabalho que imprimem na escola, em português do brasil e assim fazem o 12º ano. A maioria deles, nem sabe escrever ou falar em português correcto, como tu bem sabes.
Por esse motivo, basta pensar um bocado. Em quem é que as pessoas votaram e continuam a votar? Sempre nos mesmos do bloco central, por sinal todos da tão apregoada social democracia ou socialistas claro...
Os resultados falam por si. Até nem a constituição respeitam, como tu bem sabes. Apenas para defender uma promessa eleitoral, a mesma lógica de cumprir uma promessa, não existiu quando se tratou de aumentar os impostos. E isso sim, o aumento exagerado dos impostos foi e é uma das maiores causas do desemprego e da miséria no nosso país. Isso, e um fisco que faz extorsão fiscal e penhoras a quem não sabe e não se pode defender. Até mesmo porque as leis fiscais mudam todos os meses, e nem os funcionários das finanças conhecem bem essas leis e todas as alterações.
Quando o mesmo estado que assim procede, não paga a tempo e horas, não paga os juros devidos pelas demoras, contrata funcionários com recibos verdes, fomenta e facilita o outsourcing e a precariedade de emprego. Contrata, obriga a prestar serviço público nas repartições públicas, desempregados apenas porque os ameaça de se não o fizerem, perdem o subsídio. Ou seja o estado também já faz chantagem!!!
Oh mores, oh temporal!
Mas esses, nem se podem criticar, é proibido e ainda és processado...  Já para não falar da polícia do pensamento, do politicamente correcto. Os órgãos de comunicação social até te dizem o que deves pensar e se não pensares assim, não é politicamente correcto.
Será que ainda alguém se lembra de ter lido 1984, ou O triunfo do porcos, de George Orwell?
Antigamente o estado era considerado pessoa de bem, agora quem tal afirmar está a mentir.
Tudo isto para chegar a este ponto importante. A acção de ajuda e fornecimento de alimentos das paróquias a pessoas necessitadas, é um facto inegável. E se há tempos atrás passava despercebida, porque era pouco solicitada, agora não consegue passar sem ser notada. Apenas por ser muito solicitada e como tu bem sabes, são muitas vezes os mais pobres que dão mais.
Uma boa ideia, além de contestares estas políticas no teu blogue, era dar de facto uma ajuda, mesmo que pequena, a estas instituições da igreja, para poderem dar ajuda a quem mais precisa dela.
E senão vejamos uma coisa, actualmente 20% dos portugueses são pobres, pasme-se 20% da população num país dito da Comunidade Europeia. A Grécia, já está na banca routa e à beira de uma guerra civil. Em Paris, cidade das luzes, à noite, se sais do centro da cidade e e vais aos bairros afastados do centro apenas alguns quarteirões, não vês gendarmes nas ruas, vês soldados do exército francês a patrulhar os arredores da cidade, todos de metralhadora na mão. E viva a europa da escravatura e miséria, do desemprego em massa, para se poderem baixar os ordenados. Claro que isto é uma política concertada. Só não vê quem não quer ver.
Como tu bem sabes, eu estou com dificuldades e mesmo assim, sempre que posso, dou o meu pequeno contributo com algumas moedas de euro, para o jornal O Gaiato. E ainda dou pouco, sei que podia dar mais. Porque felizmente, não me falta comida em casa e tenho roupa e um tecto. Agora como tu bem sabes, muita gente nem tem casa, nem emprego e nem comida e recorre à família e aos amigos e a quem puder ajudar.
Se queremos de facto ajudar os nossos compatriotas, ajudar os portugueses, temos de dar uma ajuda efectiva, em dinheiro ou géneros, para alguma instituição que depois dê uma ajuda efectiva a quem mais precisa dessa ajuda.
Isso sim, seria uma campanha séria, palavras acompanhadas de gestos, a indicar uma acção concreta e coerente de ajuda a quem precisa. Não me consta que tenha havido algum escândalo nos meios de comunicação social, acerca da tal dita «caridadezinha» e também conheci algumas pessoas das Conferências de S. Vicente de Paula, e são pessoas que tu nem sabes que se dedicam a essa actividade. São pessoas humildes, simplesmente porque ninguém os vê ajudar. Só quem eles ajudam os conhece. Só visitam e ajudam quem de facto precisa e sem fazerem publicidade. E nisto, eu estou à vontade para falar, porque conheço bem.
Se alguém quiser ajudar, nesta altura e agora é tem uma oportunidade. Dando um contributo real, mesmo que pequeno, em dinheiro ou géneros, para as instituições que prestam ajuda a quem mais precisa. E sem discutir ou acusar ninguém, porque os políticos, já sabemos que falam muito, fazem conferências e estudos, depois anunciam em grandes parangonas que vão ajudar e fica tudo no papel.
Fazem uma grande vista, publicidade mas continuam ser só eles e receber. Acho que embora o anti-clericalismo em Portugal já seja uma tradição, as pessoas têm de começar a informarem-se bem, acerca do trabalho e das obras da igreja católica portuguesa, antes de criticarem. Recebo todos os 15 dias o jornal O Gaiato, do qual sou assinante desde os meus 12 anos, de quando andava no colégio dos maristas. E só te digo uma coisa, sempre que posso, ajudo-os e envio algum dinheiro. Embora seja pouco, eles vivem disso e do trabalho que fazem nas casas do Gaiato, espalhadas pelo país, e em Angola, Guiné e Moçambique. Já agora mais uma achega: a única coisa que eles exigem para ter a assinatura do jornal O Gaiato, é mesmo e só ler o jornal... Posso mostrar-te o último jornal, para poderes confirmar.
E se pelo menos mais algumas pessoas dessem um pequeno contributo, ainda se tiravam mais crianças da rua, para serem educadas e alimentadas, que muitas continuam ao abandono. Por isso amigo Jaime, vamos continuar a falar sim, mas principalmente a acompanhar as críticas de alguma ajuda. Muitos portugueses precisam muito de ajuda para matar a fome, e precisam de roupas, mesmo usadas, desde que estejam em bom estado. Mesmo eu estou numa situação que não sei se um dia destes, também não irei passar por uma situação de fome e necessidades. A roda da vida, como sabes, dá muitas voltas.
 
Um abraço,
Diogo
 
 
P.S:
Olá Jaime:
 
Claro que podes publicar este meu texto, até te agradeço. O estado é que tem a obrigaçao de ajudar. E na realidade, a igreja é que está a ajudar, a verdade é essa e ninguém o pode negar.
 
Um abraço,
Diogo

A um email sobre o post proibir os despedimentos /solidariedade com os despedidos

Amigo:

Concordo contigo. O texto é um tanto dúbio mas a minha intenção não é a de criticar negativamente nem a Igreja, nem a Ordem de São Vicente de Paula, que existem para o que são e desempenham a sua função. Trata-se sim de exigir ao estado que cumpra a sua pois existe para o que devia ser: promover a equidade e justiça social.

Jaime crespo

sábado, 9 de janeiro de 2010

não sou o único

proibir os despedimentos / solidariedade com os despedidos


recentemente, várias comissões de trabalhadores entre as quais a da Auto-Europa, assinaram a carta promotora de um Encontro Nacional Para a Proibição dos Despedimentos, medida que exige mais que uma mudança radical do que têm sido as políticas de emprego ordenadas pela Comissão Europeia e com bons autores nos papéis secundários no nosso país, casos de Barroso, Santana, Sócrates, Cavaco, Bagão Félix e Vieira da Silva, entre outros e com a conivência de muitos mais, exige uma ruptura completa com essas políticas e, em último caso, com a UE.
sou daqueles que defendem que proibir isto e mais aquilo não resolve problema nenhum. no entanto, o momento dramático que atinge quase um milhão de desempregados em Portugal, exige medidas drásticas não só na protecção dos postos de trabalho ainda existentes mas também medidas sérias de apoio a quem perdeu o seu emprego e àqueles que apesar de trabalharem vêem os seus salários "congelados" pela entidade patronal.
por isso e muito mais também eu resolvi subscrever e trabalhar na organização deste encontro que sendo pela defesa dos postos de trabalho terá que ser também solidário para com os que vivem a amargura do desemprego e a quem apenas são oferecidas oportunidades falaciosas tais como os diplomas aldrabados das "novas oportunidades" ou o ressuscitar de novo da caridadezinha paroquial e das senhoras de S. Vicente de Paula.
pela protecção do emprego e pela integração dos desempregados exige-se um novo rumo na política portuguesa.
jaime crespo